Designer visionário

O visionário italiano do design sustentável, Ezio Manzini (designer, engenheiro, arquiteto e professor), acredita que o produto sustentável deve ser produzido de modo menos agressivo ao meio ambiente, economizando matéria-prima e energia. Mesmo assim, a produção de novos artefatos, ainda que eficientes, tem um efeito colateral, pois não desacelera a produção e o consumo.

Cada vez mais tem se falado em sustentabilidade e do papel do designer ao projetar produtos que contribuam economicamente para um “mundo” sustentável. Pode-se dizer que a sustentabilidade é uma revolução. E, que o designer, dentro desse grande plano, tem o papel de facilitar as inovações sociais, levando a sociedade na direção correta. O designer é o profissional responsável pela escolha de materiais e criação de produtos. Então, uma de suas responsabilidades é conhecer o ciclo de vida desses materiais e produtos.

Nessa nova geração do design surgiram inúmeras ferramentas que facilitam a implantação desse novo método. Essas novas ferramentas são baseadas em três conceitos fundamentais: serviços colaborativos, bens compartilhados e ecologia do tempo. Por exemplo, no compartilhamento de carros há chaves que acumulam informações de cada um dos seus usuários, permitindo o ajuste automático dos assentos. Se pensarmos no campo da residência, há vários serviços e equipamentos de uso comum num prédio, como, por exemplo, uma máquina de lavar comunitária, com funções específicas, pode ser uma ferramenta útil.

O resgate de uma qualidade de vida baseada num tempo lento e contemplativo pode parecer uma abordagem nostálgica da sustentabilidade. A ecologia do tempo pode trazer a nostalgia, porém, permite que você viva melhor. Um tempo mais lento, mas com tecnologias recentes. Na verdade, é uma nostalgia reflexiva, que permite uma maior consciência.

O design sustentável é um novo processo que agora se preocupa com a produção. Há uma preocupação sócio- econômica, o que faz a produção respeitar tudo isso. Na minha opinião, os clientes não desaprovaram essa maneira nova, designers se preocupando com o bem estar mundial, pois continuam comprando. Desde que a produção seja cautelosa, o consumo continuo só mostra que os novos métodos estão dando certo.

O poder da luz

Pequeno, compacto e muito prático, o carregador de iPod e celular Solio Classic Hybrid Charger chegou para abalar o mundo dos gadgets. Ao invés de usar uma tomada convencional, Solio permite ao usuário carregar o celular de qualquer lugar que tenha luz solar. Basta colocá-lo no sol de 8 a10 horas para que a bateria interna seja carregada. Depois é só ligar o iPod, celular, camera digital ou outros pequenos acessórios, e carregar. Para cada 20 minutos de ligação, o celular deve ser carregado em média uma hora, e o mesmo tempo carrega um iPod por 50 minutos contínuos de música.

O produto economiza energia e apela às demandas de hoje por coisas mais práticas e funcionais. Com essa nova invenção, podemos observar que o design sustentável vai muito além da teoria. É possível unir o útil ao sustentável, pois o produto une a estética e funcionalidade a preocupação ambiental de poupar energia elétrica.

Disponível no Amazon.com ou no site da própria marca: http://store.solio.com por $99.95

Design e Sustentabilidade

Podemos constatar como exemplo de artes plásticas que utiliza a conscientização ambiental em seu trabalho como elemento fundamental a reutilização de materiais o artista plástico Vik Muniz que em seu trabalho faz uma reinterpretação de grandes nomes da historia da arte como Leonardo da Vinci onde cria uma nova cara a quadros clássicos como A Última Ceia e Mona Lisa.

A grande inovação deste artista são os diferentes e diversos tipos de matérias utilizados em seus trabalhos como: geléia, manteiga de amendoim, e sucatas das mais diferentes possíveis.

Os 3 Rs são considerados os pilares da sustentabilidade (reciclar, reduzir e reutilizar) e neles que Muniz se propõem a trabalhar transformando lixo em arte.

Fazendo um paralelo com o design sustentável Muniz nos serve como perfeita alusão para o entendimento deste termo em que o profissional que projeta um produto pensa nas causas e nos efeitos que o material utilizado pode ter no meio ambiente e com isso opta por elementos de possível reutilização.

O que é design sustentável

O termo design sustentável é recente e tem como propósito trazer um novo conceito que englobe os significados das duas palavras:

Design- ato de projetar, desenvolver ou criar, buscando sempre a evolução do que já existe.
Sustentável- no novo conceito aplicado a ela, é fazer algo considerando os seus três principais aspectos: economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.

Produtos que se encaixam nesta visao devem respeitar a preocupação com o meio ambiente, reduzindo os problemas desde a extração da matéria-prima até a energia necessária para sua fabricação. Esses produtos devem ser tambem acessíveis economicamente ao maior número de pessoas possível, tratar os aspectos sociais de forma ampla e também atender a uma função fundamental e básica: o bem-estar e a satisfação a quem os utiliza.

Segundo Luiz Fernando do Valle, do Blog Raízes, o design sustentável deve apresentar o conceito dos 3Rs:

"3Rs-(Reduzir, Reutilizar e Reciclar) - deve estar presente nos produtos desenvolvidos dentro da visão do design sustentável. Esses produtos, quando na sua fase de concepção, devem ser elaborados já para possíveis reutilizações, com uma maior durabilidade que evite baixa utilização e uso de materiais que permitam a reciclagem."

“O design sustentável projeta no presente com olhos no futuro.”

Essa afirmação procura colocar os dois tempos, presente e futuro, existindo simultaneamente, pois devem considerar seus aspectos e impactos envolvidos no agora e no depois.

As fases do ciclo de vida de um produto são:
- a extração das matérias-primas
- a produção com seu consumo de energia
- a distribuição até o consumidor final
- a sua utilização
- o seu destino final

O principal objetivo do design sustentável é reduzir ao máximo o impacto ambiental do produto em todas as suas fases.


O design sustentável se preocupa com os materiais e a energia utilizada, mas é o desenho final da forma que traduz como as pessoas identificarão e aceitarão esse produto.

Projetar um produto é mais do que resolver suas características e desenha-lo, é poder avaliar o seu impacto no meio ambiente e nos seus usuários.

Alternativas Sustentáveis

Uma nova filosofia de responsabilidade sócio-ambiental está mudando o conceito de design em todo o mundo. Os profissionais e estudiosos mais antenados já estão aderindo ao eco-design e ao design sustentável para acelerar a mudança nos processos de produção e consumo e ajudar a criar alternativas sustentáveis para o desenvolvimento.

Diferente do design convencional, que busca agregar valor a um produto apenas para alavancar seu potencial econômico, o eco-design e o design sustentável buscam projetar soluções para o consumidor sem abrir mão do respeito ao meio ambiente e à sociedade. Para isso, ele se utiliza de técnicas específicas, tecnologias limpas e materiais apropriados, estimulando as atitudes social e ecologicamente corretas.

Exemplos de objetos que foram feitos com o design sustentável:

Coleção Atropelados, do estúdio brasileiro Nó Design é super funcional. O uso do pneu como matéria-prima é mais um ótimo exemplo de design sustentável.

Salão de beleza em NY, utilizando materiais como madeira certificada, lâmpadas de LED e CFL, acabamentos atóxicos e eco-móveis.

A marca Ecoist, conhecida por fazer a divulgação do design sustentável através dos seus artigos super estilosos, conseguindo criar objetos de moda feitas de embalagens de balas, cartazes de rua, jornal, embalagem de refrigerante entre outos.

Site da loja :

http://www.ecoist.com/pc/viewcategories.asp?idCategory=215&pageStyle=H

Criação do designer Ramón Middelkoop. Sua confecção foi 100% sustentável, desde o material (couro certificado envelhecido de maneira biologicamente correta) até no modo de fabricação, que foi feita numa fábrica indiana que utiliza mão-de-obra da população de classes mais baixas.

Sites interessantes

Aqui vão dois sites sobre moda e sustentabilidade bem legais.

www.ecotece.org.br

www.modaquemuda.com.br

Vale a pena conferir!

O papel da mídia

Publicações de moda e lifestyle como Vogue e Rolling Stone, seguindo o modelo da Vanity Fair, lançaram edições eco-friendly provocando o leitor com o intuito de conscientizar o público sobre a importância da sustentabilidade na sociedade contemporânea.

Segundo o Portal IMPRENSA, a Editora Abril tem feito um ótimo papel na conscientização dos leitores do site Planeta Sustentável. Uma pesquisa da editora mostra que 76,9% dos assinantes mudaram seus hábitos ou demonstraram preocupação em praticar a sustentabilidade após a divulgação da revista. Deste grupo, 30% mostrou ter incorporado hábitos sustentáveis no dia a dia, como reciclagem e economia de água. Na internet, a porcentagem de impactados sobe para 80,9%, o que demonstra a importância deste meio de comunicação como ferramenta de divulgação de informações relacionadas ao meio ambiente.

Eles fazem a diferença!

Um grupo enorme de estilistas e marcas brasileiras já se conscientizaram e andam criando coleções baseadas em sustentabilidade por aí.

A Bibe, por exemplo, marca de roupas infantis, tem um projeto muito legal, que além de tudo ensina as crianças, o fututo do mundo, que se deve cuidar do meio ambiente.

No site da coleção ecologicamente correta (www.amigosdanatureza.com) as ilustrações e os textinhos são super fofos levando as crianças a terem vontade e a entenderem que devem acima de tudo ser "amigos da natureza", como eles menos propõem.
Para praticar a proteção ambiental, a marca só produz roupas com tecidos conscientes, são eles:

• Tecidos feitos com algodão orgânico - Todas as etapas do processo de produção são totalmente sustentáveis. Cultivado sem modificação genética em solo livre do contato com pesticidas, adubos ou outros produtos químicos, por pelo menos três anos, e irrigando com água pura.
• Tecidos feitos com algodão ao natural - Sem tratamentos à base de produtos químicos no processo de fabricação. Estamparia em conformidade com os mais rigorosos padrões estabelecidos pela comunidade Européia: não utiliza corantes com metais, solventes, cloro tóxico ou qualquer produto que não seja biodegradável.
• Tecidos feitos com fibra de celulose (Bibecel) - Utilização de solventes não-tóxicos (continuamente reciclados) no processo de fabricação. Fios obtidos a partir da celulose retirada da árvore provenientes de florestas auto-sustentáveis credenciadas.
• Tecidos feitos com algodão reciclado - Confeccionados a partir de fibras de algodão recicladas, que utilizam um tempo reduzido no processo de lavagem industrial (uso inteligente da energia.

Além disso, os tecidos são amaciados com cupuaçu, um fruto típico da Amazônia. Sua cultura faz parte de um projeto de preservação e extração ambiental correta com a geração de renda para as comunidades locais e o desenvolvimento sustentável para a região.

Outra pessoa que está corretíssima em relação ao meio ambiente é a artista Nara Guichon. Ela possui um ateliê de roupas, acessórios e objetos de decoração, onde tudo é fabricado artesanalmente através dos conceitos de sustentabilidade.

Nara adotou práticas capazes de proteger os sistemas e os mecanismos naturais que produzem a matéria-prima nova a ser utilizada. Para fazer os seus produtos, ela usa materiais, mesmo os industrializados, dispersos que representem ameaça à fauna e a flora. Dessa forma, redes de pesca, que na praia levariam anos para se degradarem, viram lindas peças de vestuário. Assim tecidos de fibras naturais ou artificiais são reciclados.

www.naraguichon.com

Mais um exemplo que segue a linha ecofashion é a Ciclo ambiental, marca de roupas unissex.

A Ciclo produz roupas a partir de garrafas PET coletadas e recicladas que foram rejeitadas nas ruas ou indústrias, sendo 50% do seu tecido feito de algodão natural e 50% de fibras de garrafas PET.

www.cicloambiental.com

Outros artistas que possuem projetos bem legais envolvendo a sustentabilidade e a proteção ao meio ambiente:

• Juliana Suarez - Maria Lixo (www.marialixo.com.br)


• Magna Coeli - Refazenda (www.vivarefazenda.com.br)


• Renata Campos - Renata Campos Design Sustentável (www.renatacampos.com.br)

Moda Sustentável

Não é só no design que a sustentabilidade atua. A forma ecologicamente correta de se produzir roupas está ganhando cada vez mais a atenção de estilistas nacionais e internacionais, conhecidos ou não, como o renomado Armani e a Juliana Suarez, estilista da grife Maria Lixo. E o melhor: quem está exigindo isso são os consumidores, que parecem ter se conscientizado de que não adianta apenas comer melhor, usar papel reciclado, não jogar lixo na rua, comprar vegetais sem agrotóxico e até escovar os dentes com a torneira desligada, se a enorme quantidade de roupas que se usa vem da indústria que está entre as quatro que mais consomem recursos naturais do meio ambiente e é a que mais polui no mundo, a indústria têxtil.

Para entrar nessa onda, as marcas estão tentando arrumar um jeito dentro de seus projetos para produzir suas peças sem explorar os recursos naturias de forma predatória e ao mesmo tempo agradar esteticamente o seu público alvo. Outra possibilidade é adotar os produtos orgânicos, que se obtem a partir da produção sem o uso de pesticidas ou inseticidas ou utilizar os materiais reciclados, como a garrafa PET, que vira tecido, e os pneus, transformados em sola de sapato.

A sustentabilidade já atua na área da moda há muitos anos, porém foram nesses últimos três anos que ela ganhou força, deixando de ser algo artesanal para incorporar design e tecnologia. A exemplo deste fato podemos citar o SPFW que por duas vezes já teve como tema a sustentabilidade, a semana de moda de Londres que possuiu um espaço só para marcas ecológicas e Paris, conhecida como a capital da moda, que tem uma semana de moda voltada só para marcas adeptas do comércio ético, que dentre outras coisas realizam todas as etapas de confecção priorizando a redução do impacto ambiental.

Proteger o planeta agora é fashion!